Artigo de Opinião por Óscar Rosas
Historiando:
1985 – Em Portugal davam-se os primeiros passos do futebol de salão com a realização de provas distritais.
Constituem-se três associações distritais de futebol de salão (Porto, Lisboa e Minho) para que se possa criar a primeira Federação Portuguesa de Futebol de Salão. Estávamos em 1986. Carlos Alves era a figura de proa em Portugal.

A nível mundial o espanhol António Alberto (presidente da Federação Espanhola de Futebol de Salão) era o senhor todo-poderoso.
Por essa altura nascia no Brasil um movimento internacional que tinha como objetivo criar uma nova modalidade, o FUTSAL, que pretendia juntar no seio da FIFA o futebol de cinco e o futebol de salão.
O presidente da FIFA era o brasileiro João Havelange.
Em Portugal o líder deste movimento era Eduardo Pinto. Estavamos em 1991.
Aproveitando uma deslocação a Portugal de João Havelange o Eduardo Pinto conseguiu uma reunião com o presidente da FIFA.
Nessa reunião João Havelange delineou para Portugal um plano que consistia, essencialmente, nos seguintes pontos:
- Abandonar, de imediato, a prática do futebol de salão, implicando isso a saído dos clubes da federação portuguesa de futebol de salão.
- Criação da Federação Portuguesa de Futsal.
- Integração da Federação Portuguesa de Futsal no seio da Federação Portuguesa de Futebol, com o estatuto de órgão autónomo.
O plano foi posto em marcha.
Em Março de 1991 Eduardo Pinto marcou uma reunião com os clubes para o Hotel Tuela, no Porto, com o objetivo de expor o projeto aos clubes. Muita participação. Foi explicado, por exemplo, algumas alterações como por exemplo o novo tamanho da bola; o fato de ser permitido jogar dentro da área de baliza, substituições volantes sem que o jogo parasse; introdução de faltas individuais e faltas cumulativas, etc.
No final dessa reunião ficou agendada uma Assembleia Geral, no mesmo Hotel, para o dia 23 de Março.
Apesar de tentativas de boicote a essa Assembleia por parte da federação portuguesa de futebol de salão essa célebre assembleia-geral realizou-se.
É então proposto aos clubes (cerca de 100 presentes) o abandono da filiação na FPFS, bem como dar início à constituição da Federação Portuguesa de Futsal.
Procedeu-se à votação e a esmagadora maioria dos clubes (apenas 3 votos contra) manifestaram claro apoio às ideias do Futsal.
Foi decidido criar, imediatamente, o 1º Open de Futsal que viria a ser ganho pelo Santa Cruz FC.
O País estava dividido. A Norte jogava-se futsal. A Sul futebol de salão.
A novel Federação Portuguesa de Futsal, presidida por Eduardo Pinto, e da qual tive a honra e privilégio de integrar como vice-presidente desportivo, lutou sempre, até mais não poder, para que a Federação Portuguesa de Futebol lhe desse a autonomia necessária para continuar a gerir o futsal em Portugal. Em vão. Isso nunca aconteceu.
Por tal motivo, em 1997 a Federação Portuguesa de Futsal é extinta, sendo integrada na FPF.
Agora que passaram longos anos, com tempo para pensar e refletir, uma dúvida fica no ar: Melhoramos? A minha resposta: penso que não?
Quadros competitivos completamente desajustados (ex: o fim da 3ª divisão nacional com a subida automática à 2ª divisão nacional de equipas provenientes dos distritais é de bradar aos céus….), calendários totalmente inadequados (equipas da 2ª nacional que disputam apenas pouco mais de 20 jogos por época e outras, como da liga sport zone que em inícios de Maio já terminaram a época…), ausência de um verdadeiro plano estratégico para a modalidade ( a FPF apresentou um há alguns anos atrás que pretendia fosse uma mais valia para o desenvolvimento da modalidade. Não o foi….), a redução do número de equipas a competir (quantos clubes históricos da modalidade abandonaram?), são alguns(maus) exemplos.
Por isso eu, como alguns meus colegas já fizeram, deixo a pergunta no ar....
PORQUE NÃO RECRIAR A FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE FUTSAL?

Futsal Porto Distrital

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